A Academia Dorense de Letras é uma instituição com fins literários fundada em 07 de maio de 2014. Sua sede provisória está situada à Trav. Rosângela Oliveira Sobral, 95 A, no centro da cidade sergipana de Nossa Senhora das Dores. Compõem-se de 40 cadeiras de membros efetivos. Seus principais objetivos são difundir a literatura e manter vivas as memórias dos seus patronos.
ACADEMIA DORENSE DE LETRAS
- PROJETO MEMÓRIAS - N. S. DORES/SE
- projmemoriasdores@bol.com.br
sábado, 3 de janeiro de 2015
RETROSPECTIVA 2014: LITERATURA DORENSE
A literatura é a arte de escrever em prosa e verso, de retratar o real ou o imaginário por meio da poesia, da ficção, do ensaio... É um importante instrumento de transformação sócio-cultural, vez que o desenvolvimento de hábitos como a leitura e a escrita produz cidadãos mais conscientes e proativos, agentes de sua própria história.
Desde que brotou a literatura em Nossa Senhora das Dores, no longínquo ano de 1897, quando o médico dorense Floro da Silveira Andrade publicou aquela que provavelmente foi a primeira obra escrita por um nativo da outrora terra dos Enforcados, as letras dorenses se desenvolveram lentamente.
Em 2014, no entanto, a literatura na terra dos Enforcados viveu o melhor ano de sua secular história, o ano no qual mais talentos desabrocharam, o ano no qual mais autores dorenses laçaram suas obras, o ano no qual o município ganhou sua Academia de Letras...
Em maio desse ano, mais precisamente no dia 07, ocorreu o lançamento do “Guia Perfil do Comércio”, revista que não é somente um catálogo de telefones comerciais da cidade, mas um rico manancial de informações culturais e históricas. Afinal, nele estão textos de pesquisadores locais sobre diversos aspectos do município, como pontos turísticos, fatos históricos, manifestações culturais etc. Uma produção da Editora Perfil, que também publica a “Revista Perfil”, na qual há mais de 10 anos existe uma coluna dedicada à Dores, o “Guia” de 2014 foi a terceira edição anual e no dia do seu lançamento, que contou com a participação de músicos dorenses e exposição de obras de artistas plásticos locais, ocorreu a primeira reunião para se discutir a possibilidade de criação de uma Academia de Letras em Dores.
Uma Comissão foi formada, alguns escritores foram convidados, novas reuniões foram feitas, e no dia 11 de junho (aniversário de emancipação política do município) a Academia Dorense de Letras vinham a público. Aconteceu naquele dia, na Câmara Municipal, a sua instalação da ADL e a posse de seus membros fundadores, cujos discursos puderam ser feitos em sessões públicas realizadas nos meses seguintes.
A criação da Academia Dorense de Letras começou a mostrar a Dores que o município era também um rico manancial de talentos literários, alguns poucos já conhecidos, outros que foram ganhando visibilidade e muitos que foram “descobertos”, ou porque sua obra não era conhecida pela comunidade ou porque ela estava adormecida nas gavetas e começou a se tornar pública. Afinal, escreve-se para que alguém leia, uma vez que só existe o escritor se existir o leitor, e vice-versa.
E foi pensando nesta assertiva que a ADL passou a promover o encontro entre o escritor e o leitor. Assim, desde o mês de setembro, a Academia vem realizando a “Quinta Literária”, que acontece sempre numa quinta-feira em uma escola da cidade. Foram visitados em 2014 os Colégio Estadual Prof. Fernando Azevedo e Cenecista Francisco Porto e a Escola Municipal Arnaldo Garcez. A “Quinta Literária” é o momento no qual a Academia vai à escola e os acadêmicos, ou escritores convidados, dialogam com os estudantes sobre a importância da leitura e da escrita, suas obras ou as de outros autores locais, ou ainda debate algum tema solicitado pela escola ou alguma efeméride histórica.
"Quintas Literárias"
O incentivo à leitura e à escrita é um dos grandes objetivos da ADL e da “Quinta Literária”. Inclusive, na primeira edição deste evento surgiu a ideia de se fazer uma obra coletiva reunindo textos dos alunos do Colégio Fernando Azevedo. Sob a liderança do acadêmico e professor da escola, Luís Carlos de Jesus, a ideia ganhou forma e no último dia 11 de dezembro 49 estudantes lançaram o livro “Histórias de Alunos”, composto por poesias, crônicas e artigos de opinião que versam sobre a cidade e alguns aspectos dos povoados. A obra foi muito bem recebida pela comunidade e ganhou proporções além fronteiras, chegando a ser lançada, com ampla cobertura da imprensa escrita e televisiva, na livraria Escariz em Aracaju, mostrando que em nossas escolas existem bons escritores que precisam ser incentivados e cujas obras têm que ser tornadas públicas.
Aliás, 2014 foi o ano em que mais obras de autores dorenses foram tornadas públicas, inclusive com eventos de lançamento muito prestigiados pela comunidade local, quebrando o paradigma de que não se tem interesse pela literatura, de que o brasileiro, e por conseqüência o dorense, não gosta de ler.
Além do livro “Histórias de Alunos”, Dores presenciou o “parto” de outras obras de grande qualidade literária. Em agosto, o poeta Jânio Vieira dos Santos lançou sua primeira obra, o livro de poesias “Quem sou eu?” (hoje na 2ª edição e já lançado também em cidades vizinhas), na qual poetisa sobre o amor, o cotidiano do menino do campo, a guerra, as letras e outros temas. Em novembro, durante o evento “A Sexta é nossa”, promovido pelo agente cultural e acadêmico da ADL Ari Pereira de Souza, foi lançada a coletânea composta por textos de alunos das escolas públicas municipais e estaduais que participaram da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa, com poemas, artigos de opinião e textos memorialistas. No mesmo mês, em Aracaju, o escritor e advogado dorense José Lima Santana lançou a 2ª edição de sua “História do saneamento básico em Sergipe”. Por fim, em dezembro, além do livro dos alunos do Fernando Azevedo já citado, veio à tona a obra poética de forte cunho social do jornalista Luciano Marques, que num belíssimo e concorrido evento cultural realizado na livraria Vida Nova, resgatando este elo autor-livraria-leitor, lançou seu “Meninos Esquecidos”.
Eis as obras de autores dorenses lançadas em 2014, muito bem recebidas pelos leitores e que servirão de incentivo para que em 2015 novos talentos literários possam despontar e novos livros possam vir à público.
Lançamentos de livros marcaram 2014 em Nossa Senhora das Dores.
Além do mais, autores dorenses radicados no estado de São Paulo fortaleceram suas raízes visitando a terra natal em busca de inspiração, visitando instituições culturais e colegas escritores e presenteando a comunidade com suas obras. É o caso dos poetas Miguel Messias dos Santos (natural do bairro Volta e residente há décadas em Atibaia/SP, onde foi um dos fundadores da Academia Literária Atibaiense) e Maria Anete Santana (nascida no povoado Maçaranduba e radicada na capital paulista, onde é professora) e do poeta, contista e ficcionista Manoel Cardoso (que brotou no povoado Taborda e hoje é destaque na maior metrópole da América Latina como Mestre em Literatura e escritor de dezenas de obras).
2014 foi igualmente o ano do reencontro entre Dores e a poetisa e cordelista Maria Salete da Costa Nascimento, que nasceu no povoado Gado Bravo Norte e reside há 40 anos em Estância, e que graças à Academia Dorense de Letras (da qual é uma das fundadoras) tem sido personagem ativa na cena literária da terra mãe.
Anete Santana na Biblioteca Municipal
Miguel Messias no Museu Caipira
Mas a história da literatura dorense em 2014 não pára por aí, pois, ela também esteve inserida em grandes eventos realizados a nível estadual.
Em outubro, durante o III Encontro Sergipano de Escritores, autores dorenses como Salete Nascimento, Jânio Vieira, Luís Carlos de Jesus e João Paulo Araújo de Carvalho puderam expor suas obras aos escritores e leitores presentes e vindos de várias partes de Sergipe e de outros Estados. Do mesmo modo, as atividades da Academia Dorense de Letras (e por conseqüência os autores locais) ganharam espaço em mesa redonda realizada durante o evento com representantes de todas as Academias de Sergipe.
III Encontro Sergipano de Escritores
Em dezembro, foi a vez do resultado do I Concurso de Conto, Crônica e Poesia e do lançamento da I Antologia Literária Loja Maçônica Cotinguiba, em evento com centenas de pessoas de várias cidades sergipanas realizado na Loja de Aracaju. Na oportunidade, quatro jovens escritores dorenses (Jânio Vieira, Mércia Brito, Lucas Silva e Crisnanda Melo) tiveram seus textos selecionados no referido concurso, entre trabalhos de mais de duas centenas de estudantes de escolas públicas e particulares, para compor a Antologia e o escritor Jânio Vieira dos Santos, que começa a ficar conhecido na poesia, foi premiado com o 3º lugar na categoria contos, representando muito bem a tradição literária da cidade no referido concurso.
Dorenses na premiação do I Concurso de Conto, Crônica e Poesia
Fotos: ADL, visitedores.com, socuricao.net, ASCOM/SEED
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário