ACADEMIA DORENSE DE LETRAS

domingo, 3 de agosto de 2014

11 DE JUNHO NA HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DAS DORES

O município de Nossa Senhora das Dores (SE) teve seu território desmembrado dos de Capela e Divina Pastora. A origem do mesmo é um povoado chamado Enforcados, cujo primeiro registro data de 04 de outubro de 1606, numa carta de sesmaria doando terras naquele local para a criação de gado. O referido povoado foi crescendo, graças a sua localização estratégica (entre o litoral e o sertão sergipanos), à criação de gado e à cultura do algodão. Sendo destaque nesta última atividade desde o início do século XIX. Assim, ao redor da capela da “Senhora das Dores dos Enforcados”, a povoação se desenvolveu e foi ereta em Freguesia no dia 28 de abril de 1858. Um ano após, a 11 de junho de 1859, veio a emancipação política. Enforcados pertencia ao município da Vila de N. Sra. da Purificação da Capela e, agora independente, passou a contar com um Conselho Municipal (equivalente à Câmara de Vereadores) e uma Intendência (cujo Intendente exercia as funções que hoje são do prefeito). Com a emancipação, Enforcados passou a chamar-se Nossa Senhora das Dores e a sede do município recebeu o status de Vila. Em 23 de outubro de 1920, a sede municipal foi elevada à categoria de cidade, uma vez que sua população atingira 15 mil habitantes. A legislação da época estabelecia o número de habitantes como diferencial entre os status de Vila e Cidade, sendo que este último representava o acréscimo de 2 cadeiras no Conselho Municipal. Em 11 de junho de 2014, para marcar os 155 anos da emancipação política do município, grandes eventos ocorreram durante todo o dia. A partir das 8 horas, na Câmara Municipal (que foi criada a partir do ato de 11 de junho de 1859), deu-se a instalação da Academia Dorense de Letras, a nona Arcádia Literária de Sergipe e a primeira do Médio Sertão. Na oportunidade, foi lançado o cordel de autoria da acadêmica Maria de Lourdes Santos Cerqueira (“O que é uma Academia”) e o selo comemorativo dos oito séculos da língua portuguesa, a cargo da assessoria de comunicação dos Correios em Sergipe (representada pelo professor José Ginaldo de Jesus). Evento bastante concorrido, contou com as presenças da comunidade local, de acadêmicos de todo o estado e de autoridades políticas como o Prefeito Municipal, Fernando Lima, o Secretário de Estado de Direitos Humanos e Cidadania, Professor Antônio Bittencourt Junior (representando o governador Jackson Barreto) e vereadores do município. Fizeram-se representar na solenidade da ADL todas as instituições literárias sergipanas, criando um laço de unidade entre elas, que são a Academia Sergipana de Letras (ASL), a Academia Gloriense de Letras (AGL), a Academia Literária do Amplo Sertão Sergipano (ALAS), a Academia Estanciana de Letras (AEL), a Academia Itabaianense de Letras (AIL), a Academia Tobiense de Letras e Artes (ATLAS), a Academia Lagartense de Letras (ALL) e a Academia Laranjeirense de Letras (ALLE). Além do mais, foi marcante a participação dos familiares dos acadêmicos da ADL, em especial os dos professores Luís Carlos de Jesus e João Paulo Araújo de Carvalho e os do cordelista José Barbosa, os três primeiros membros a serem diplomados. Já o Governo Municipal, organizou uma programação cultural que contou com ato cívico, exposição de artes plásticas, esculturas e fotografias na Biblioteca Álvaro de Souza Brito, missa solene na Igreja Matriz N. Sra. das Dores e a criação do “Prêmio Destaque 11”, que condecorou personalidades do cenário social, econômico e cultural dorense. A exposição foi aberta às 14 horas, enquanto que a missa presidida pelo Padre Arnaldo Francisco deu-se às 19 horas e 30 minutos, sendo seguida da entrega das premiações às seguintes pessoas e instituições: Projeto Memórias (pesquisa), Grupo Ambientalista Dorense (consciência ambiental), Clube de Astronomia Órion (ciência), Balneário Pássaro Azul (empreendedorismo), Comercial Dantas (atendimento comercial), Professor Domingos Oliveira (educação), Delúcia Rodrigues Sobral (projeto social), Iolanda Araújo de Andrade (religiosidade), Djalmir Alves Santos (música), José Barbosa (literatura), José Antônio Leite Souza - Zezinho (artes) e José Carlos dos Santos – Zé da Ponte Preta (esporte). Texto: João Paulo Araújo de Carvalho (Professor, Mestre em História, Historiador, Jornalista, membro do Projeto Memórias e ocupante da cadeira nº 8 da Academia Dorense de Letras. Contato: joaopaulohistoria@gmail.com)

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